Desinformação

     Hoje em dia vivemos num mundo em que obter informação é mais fácil do que nunca. Enquanto que, há menos de um seculo, a divulgação de informações era um processo lento e muitas vezes pouco eficaz, neste momento a partilha de informação é quase instantânea, visto que, com a ajuda de ferramentas como a internet (nomeadamente as redes sociais) é possível, por exemplo, gravar um vídeo em Portugal e transmiti-lo em direto para o Japão, sendo a informação recebida com meros segundos de atraso. Isto é também facilitado pelo facto de grande parte da população possuir um smartphone do qual se faz acompanhar a toda a hora. Estes dispositivos permitem-nos fazer e receber chamadas, trocar mensagens, navegar a internet, enfim, hoje em dia temos toda a informação que possamos querer no nosso bolso.

    Tendo em conta tudo isto e outros fatores, diz-se que nos encontramos na era da informação (também conhecida como era digital ou era tecnológica. Porém é necessário um cuidado redobrado, visto que, tal como é fácil espalhar informações verdadeiras, é igualmente fácil espalhar informações falsas, ou fake news, pelo que há quem diga que esta era da informação está a ser acompanhada por uma era da desinformação correspondente.



    Mas afinal, o que é a desinformação?

    A desinformação é, por definição, a utilização das técnicas de comunicação e informação para induzir a erro ou dar uma falsa imagem da realidade, mediante a supressão ou ocultação de informações, minimização da sua importância ou modificação do seu sentido. Tem como objetivo influenciar a opinião pública de maneira a proteger interesses privados.

    A desinformação pode operar através de publicidade política por interesse de um regime, ou pode mesmo ser causada por simples boatos que acabam por receber demasiada atenção. Esta última causa é extremamente comum e é facilitada pelo acesso generalizado às redes sociais.

    A pandemia de Covid-19 é um tópico que causa muitos boatos nas redes sociais, o que acaba por levar à desinformação. Por exemplo, há quem diga que o uso de máscaras não nos protege contra o vírus, há até quem diga que as vacinas vão começar a ser comercializadas antes do final de 2020. Nenhuma destas informações está provada, mas há muitas pessoas que acreditam nelas, sendo arrastadas por esta onda de desinformação, o que pode ter graves consequências para toda a gente. Mesmo que uma pessoa tenha noção de que estas informações não são de confiança, após tanto tempo a ouvir as mesmas coisas de várias fontes diferentes começamos a questionar-nos se a informação será verdade, caindo também nós na desinformação.

    Um avanço na tecnologia que está a contribuir para a desinformação a nível mundial é a deepfake.

    Deepfake é uma técnica de síntese de imagens ou sons humanos, baseada em técnicas de inteligência artificial e é principalmente usada para combinar fala com um vídeo já existente. Esta técnica é usada para humilhar e descredibilizar pessoas, muitas delas conhecidas, e é uma ferramenta muito poderosa para a propagação de desinformação.


    

    Um outro meio para a propagação de desinformação são as fake news.

    As fake news consistem na distribuição deliberada de desinformação e de boatos nos meios de comunicação social e têm como intenção enganar os recipientes, a fim de obter ganhos de qualquer natureza (principalmente política ou financeira).

    As fake news são muitas vezes fabricadas por grandes empresas para obter alguma coisa (como referi acima), mas também podem ter origem em pessoas normais que decidiram criar uma notícia falsa por um motivo qualquer. Às vezes esse motivo é puramente por diversão, outras vezes é realmente malicioso, mas de uma maneira ou de outra, qualquer informação falsa espalhada deliberadamente é uma prática errada que pode ter consequências graves.

    As fake news e a desinformação estão tão ligadas que quase podemos dizer que uma não existe sem a outra, sendo que a propagação de uma notícia falsa vai inevitavelmente criar uma onda de desinformação. Assim sendo, os métodos de propagação e as origens da desinformação referidos acima também se aplicam às fake news.

    A imagem seguinte é uma notícia falsa fabricada por mim. Apenas precisei de ir a um site (indicado na Webgrafia) e escolher as frases e a imagem que quis que a minha notícia contivesse. Isto é uma prova do quão fácil é para qualquer pessoa criar fake news, e uma coisa que é tão fácil como criá-las é propagá-las (pelos meios referidos anteriormente).


    Podemos dizer que as fake news são uma ameaça às democracias visto que esta propagação deliberada de informação errada pode persuadir as pessoas e uma opinião bem formada e esclarecida é fundamental para que haja uma democracia.

    Concluímos que a evolução da tecnologia e o acesso generalizado aos mídia estão a fazer com que seja cada vez mais fácil criar e propagar informações falsas, como fake news e deepfakes, criando ondas de desinformação que podem ter graves consequências e constituir mesmo ameaças às democracias.


Webgrafia

1.      https://run.unl.pt/bitstream/10362/79564/1/Fake%20News%20e%20a%20Desinforma%C3%A7%C3%A3o_Perspetivar%20comportamentos%20e%20estrat%C3%A9gias%20informacionais.pdf

2.       https://www.publico.pt/multimedia/interactivo/deepfake

3.       https://breakyourownnews.com/

4.       https://pt.toluna.com/opinions/3743682/hipoclorito-de-sodio---diversos-usos

5.       https://www.indexlaw.org/index.php/revistateoriasdemocracia/article/view/6465

6.       https://www.dn.pt/lusa/fake-news-ameaca-sobretudo-para-a-democracia---filipe-alves--10589370.html

7.       https://bloguniversidadelivrepampedia.com/2016/09/19/a-luta-contra-a-desinformacao-como-remedio-para-o-mal-estar-dos-dias-atuais/

8.       https://www.youtube.com/watch?v=bE1KWpoX9Hk


Diana Ramos

nº10, 12ºC 


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